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Resumo

Os Mutirões coletivos estão presentes desde as antigas civilizações. O termo tem origem no tupi guarani "popitibõ", que significa "ajudar". Geralmente, são caracterizados por momentos de reunião de pessoas em prol de um objetivo coletivo, sendo realizado de forma voluntária e agregando interesses comuns. Objetivou-se investigar os mutirões como estratégia de intervenção na Horta Comunitária Zeferina Beiru, em Salvador – BA. Desenvolveu-se um estudo de caso, do tipo pesquisa, coletivo e com abordagem qualitativa. Foi realizada a observação direta, levantamento de informações teóricas e acervo de registros fotográficos, compreendendo os períodos entre 2016 e 2022. Considerou-se: a configuração do espaço destinado aos plantios e criação de animais de pequeno porte (se cabível), tipos de plantios e animais (se presentes), organização coletiva para reativação da horta. De acordo com os levantamentos, a mobilização para a organização da horta Zeferina Beiru começou em 2015, com a liderança do Coletivo Zeferina Beiru. Os mutirões ocorreram tanto para o início e manutenção das atividades na horta entre 2015-2019, quanto para a reativação em 2022. Desde a sua fundação, há participação de crianças e jovens da comunidade e adjacências por meio dos mutirões que agregam pessoas de diferentes localidades de Salvador e Região metropolitana. Os mutirões também aconteciam graças à colaboração e união dos moradores vizinhos de torno do espaço, em um objetivo comum: “Meter mão na terra!”. Os mutirões se apresentaram como uma das estratégias possíveis e positivas para a criação, manutenção e também processo de reativação da Horta Urbana Comunitária Zeferina Beiru.

Palavras-chave

Organização social. Comunidade. Desenvolvimento de território. Plantios urbanos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Silva de Souza, J., & Lima, L. B. . (2025). Entre mãos e mutirões: o caso da Horta Comunitária Zeferina Beiru em Salvador - BA. umanas ociais ∓ plicadas, 15(44), 1–13. https://doi.org/10.25242/8876154420252565

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